POR UMA EDUCAÇÃO CRISTÂ: HUMANISTA E SOLIDÁRIA

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                “À educação o homem deve tudo aquilo que vem a ser”. Esse bem podia ser o epitáfio sobreposto ao túmulo de um dos primeiros bispos do Rio Grande do Sul, Dom Sebastião Laranjeira. É dele a expressão que reconhece a educação como um valor supremo que forma o homem e o ajuda a elevar-se a patamares mais altos, para além das míseras consolações materiais.

                É impossível não reconhecer os ganhos pessoais que temos com a uma formação sólida, construída durante décadas, dia após dia, na árdua luta de quem erra e acerta, acerta e erra até encontrar o meio termo entre o saber e a busca do saber mais. Entretanto, há benefícios ainda maiores e melhores do que os tão apregoados pela sociedade de consumo que apontam como único horizonte de vida o preparar-se, a fim de ser bem sucedido economicamente.

                A reflexão, a aprendizagem, o debate e as construções coletivas dos saberes elevam a humanidade aos degraus superiores que nos tornam merecedores de seremos reconhecidos como “sapiens”. Existe um saber que não enche barriga, que não contabiliza monetariamente recursos, mas que engrandece, -ilumina e permite ao homem descobrir-se como Ser de Valores. E é desse saber que necessitamos.

                Neste tempo relativo e relativista o ceticismo trai a si mesmo. Ao afirmar que nada pode impor-se como verdade definitiva, denuncia-se e reconhece que nem ele tem o poder de encerrar a verdade em suas lentes (míopes, tendenciosas e desconexas). Calar-nos, fazer vistas grossas ou enfileirar-nos no coro dos que choram e reclamam não contribuirá muito para resolvermos a crise humanitária pela qual passamos.

                De forma propositiva, a Pastoral da Educação da Arquidiocese de Porto Alegre, sob a coordenação de Dom Leomar Brustolin,  lança o livro que leva como título o cabeçalho desta crônica – Educação Cristã: Humanista e Solidária - Numa iniciativa simples, mas engajada e comprometida com a educação que forma o homem, professores e especialistas de diversas áreas fazem ressoar em uníssono aquilo que todos sabemos, mas por timidez, esquecimento e outros tantos motivos preferimos não dizer: É preciso repensar a educação, os educadores, a escola. Mas não é menos preciso, urgente e fundamental repensar os rumos de nossa sociedade, de nossos relacionamentos e dos valores que estamos priorizando.

                Resta-nos ainda, por assim dizer, um olhar de esperança. Apesar do cansaço, apesar das duras críticas de uma sociedade que já não se entende mais, nós educadores não estamos sós. Temos muito a realizar e, depois de tudo isso cremos e esperamos que se torne realidade aquilo que bem afirmou Chardin:  “O futuro será muito mais bonito do que todos os passados”. Não desanimemos. Em frente! Sempre!


Prof. Dr. Rogério Ferraz de Andrade

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